1. Introdução: A Delicada Tensão Entre Afeto e Carreira
Eu observo, com uma crescente curiosidade sociológica, a complexidade das relações interpessoais nos ambientes de trabalho contemporâneos. Passamos uma porção significativa de nossas vidas em contato com colegas, o que inevitavelmente catalisa a formação de laços que transcendem a mera cooperação instrumental. No entanto, o fenômeno da "friendzone" – o desejo unilateral de escalonar uma relação de amizade para um patamar romântico ou sexual – adquire nuances particularmente delicadas e até perigosas quando ocorre no locus corporativo. Eu me propus a analisar esta dinâmica não sob a ótica da autoajuda, mas como um intrincado jogo de poder, percepção e gestão de risco em um contexto regido por hierarquias e códigos de conduta.
Minha investigação parte do pressuposto de que o ambiente de trabalho, embora busque a neutralidade e o profissionalismo, é um palco vibrante de manifestações afetivas e sociais. A "friendzone" no escritório é, portanto, mais do que uma frustração pessoal; é um sintoma de um desequilíbrio na comunicação de intenções e um desafio à manutenção dos limites profissionais. Eu busco entender a "Arte de Sair da Friendzone" nesse contexto, interpretando-a não como um guia de sedução, mas como um estudo de caso sobre a renegociação bem-sucedida de um posicionamento relacional dentro de um quadro institucional rígido.
2. A Sociologia da Amizade Laboral e Seus Limites
Eu reconheço que a amizade no trabalho é um recurso social importante. As pesquisas que eu revisei (Malheiros & Rossato, 2020; Riordan & Griffetch, 1995) confirmam que laços de amizade contribuem para a saúde mental, o apoio social (instrumental, informacional e emocional) e um clima organizacional positivo. Eu mesmo já experimentei o valor de ter um colega que oferece compreensão em um momento estressante.
Contudo, é aqui que reside a armadilha para o indivíduo que deseja sair da "friendzone": o limite tênue entre o apoio funcional e a intimidade afetiva. O ambiente corporativo é fundamentalmente regido por hierarquias, metas e responsabilidades. Eu percebo que a "friendzone" se estabelece quando o colega-alvo percebe a relação estritamente dentro da fronteira do profissional e da amizade de suporte, enquanto o indivíduo proponente projeta nela um potencial romântico. Para o colega-alvo, a amizade é segura; para mim, a amizade é um meio para um fim que não está sendo reconhecido. Eu vejo que a renegociação desse limite é a essência do problema.
3. O Desequilíbrio de Sinalização e a Formação da "Friendzone"
Eu analiso a formação da "friendzone" no trabalho como um problema de sinalização e percepção distorcidas. Na minha experiência, a dinâmica se consolida quando as ações do proponente, embora motivadas romanticamente, são interpretadas pelo colega-alvo como indicadores de alta sociabilidade e confiabilidade (o amigo perfeito). O proponente investe em tempo, favores e escuta ativa – comportamentos que eu considero universalmente associados à amizade no local de trabalho.
O erro que eu identifico é a comunicação não-verbal ambígua ou ausente. A zona de amizade é um refúgio seguro; para sair dela, o proponente deve introduzir sinais claros de interesse romântico que sejam distintos dos sinais de amizade (Sias et al., 2004). O desafio é que a introdução desses sinais em um ambiente profissional é de alto risco, pois pode ser interpretada como quebra de profissionalismo, ou, no pior cenário, como assédio, especialmente se houver disparidade hierárquica. Eu tenho de ser cirúrgico: a transição exige uma mudança de postura que redefina o status relacional sem violar o código institucional.
4. A Dinâmica de Poder e o Risco de Retaliação Institucional
Eu não posso negligenciar o papel crucial das dinâmicas de poder nesse contexto. A possibilidade de sair da "friendzone" no trabalho é dramaticamente afetada pela hierarquia. Eu entendo que um gestor que deseja se relacionar com um subordinado, por exemplo, enfrenta uma barreira ética e legal maior, pois qualquer proposta pode ser vista como coerção (Alelo, 2024). Eu reconheço que, mesmo que o interesse seja mútuo, a diferença de status pode minar a percepção de consentimento livre.
A minha análise sugere que, para sair da "friendzone" de forma segura, eu devo primeiramente garantir que a renegociação do meu relacionamento ocorra fora dos limites físicos e temporais do escritório, minimizando o risco de retaliação institucional. A exposição pública ou a pressão no local de trabalho são fatores que a organização deve combater. O indivíduo precisa de um ambiente neutro para fazer a transição, garantindo que o colega-alvo possa recusar a proposta sem temer repercussões profissionais. Eu defendo que a ética deve sempre prevalecer sobre o desejo pessoal.
A Arte de Sair da "Friendzone" em Ambientes de Trabalho: O Manual Estratégico para Você Redefinir Relações Afetivas no Locus Profissional
💔 Entendendo a "Friendzone" no Contexto Corporativo: Onde o Afeto Encontra a Hierarquia
Você se encontra em uma situação comum, mas complexa: a "friendzone" com um colega de trabalho. No ambiente corporativo, essa dinâmica não é apenas uma frustração afetiva; é um campo minado regido por ética, códigos de conduta e, principalmente, relações de poder. Você precisa entender que, no escritório, a amizade é um recurso social valorizado (apoio, informação), e a "friendzone" é o status de segurança que a outra pessoa lhe atribui para proteger a própria carreira e a integridade profissional.
Seu desafio não é apenas de atração, mas de renegociação de posicionamento relacional. O colega de trabalho vê você como um aliado profissional e emocionalmente seguro. A "arte de sair" exige que você introduza, de forma sutil e ética, sinais de interesse romântico que sejam distintos do "comportamento de amigo", sem nunca cruzar a linha do profissionalismo ou do assédio. Você deve ser o estrategista cuidadoso, pois a falha pode custar mais do que um coração partido: pode custar sua reputação e seu emprego. Este guia é seu mapa para essa transição delicada, focando em estratégias de comunicação, gestão de risco e, acima de tudo, manutenção da sua dignidade profissional.
✅ Prós e Contras da Amizade Próxima no Trabalho: A Base da Sua Zona
Antes de tentar sair, você precisa entender por que a "friendzone" é tão forte no trabalho. A proximidade amigável oferece enormes benefícios profissionais, mas também impõe limites que protegem a organização. Você se beneficia dessa amizade, mas ela também se torna o obstáculo para o seu objetivo romântico. Analise o que o mantém na "zona segura" e o que está em jogo ao tentar sair dela.
🤝 10 Prós Elucidados da Amizade no Trabalho
Fonte de Apoio Emocional Durante Estresse Laboral Você encontra na amizade um refúgio seguro para desabafar sobre pressões de trabalho, criando um amortecedor contra o burnout e aumentando sua resiliência emocional.
Acesso Privilegiado a Informações e Insights de Carreira Seu amigo compartilha dados de bastidores, estratégias e dicas de navegação política que você não obteria em interações puramente formais, alavancando seu conhecimento.
Melhoria da Colaboração e do Desempenho em Equipe A confiança mútua e a empatia elevam a qualidade do trabalho em conjunto, tornando projetos desafiadores mais fluidos e garantindo que metas sejam atingidas com menos atrito.
Promoção de um Clima Organizacional Mais Leve e Positivo Sua interação amigável injeta humor e descontração no ambiente, tornando as longas horas de trabalho mais suportáveis e o escritório um lugar mais agradável de estar.
Maior Suporte e Endosso em Momentos de Vulnerabilidade Profissional Em caso de falha ou crítica, você tem um defensor interno cuja lealdade e voz podem mitigar danos à sua reputação perante a gestão e os colegas.
Construção de um Senso de Pertencimento e Conexão Humana A amizade satisfaz a necessidade humana de conexão em um ambiente que, de outra forma, seria frio e instrumental, combatendo a solidão corporativa que você pode sentir.
Facilidade na Negociação e Resolução de Pequenos Conflitos Diários Devido ao vínculo estabelecido, pequenos desentendimentos são resolvidos de forma mais rápida e privada, sem a necessidade de intervenção hierárquica ou escalonamento formal.
Possibilidade de Networking Estendido para Além do Departamento Seu amigo apresenta você a outros círculos sociais e profissionais, multiplicando sua rede de contatos de alto valor e ampliando seu capital social dentro e fora da empresa.
Reforço Positivo das Suas Competências e Qualidades Pessoais O colega amigo atua como um espelho de apoio, reforçando seus pontos fortes e aumentando sua autoconfiança, essencial para você se destacar em sua carreira.
Abertura para Feedback Honesto e Construtivo, Sem Filtros Políticos Você confia que o feedback dele, mesmo que duro, é para o seu bem. Essa honestidade é rara e valiosa, permitindo seu crescimento acelerado e correção de falhas críticas.
🚧 10 Contras da Tentativa de Saída da "Friendzone"
Risco Iminente de Alegações de Assédio ou Conflito de Interesses A proposta mal executada, especialmente em relações hierárquicas, pode ser interpretada como abuso de poder, resultando em inquérito, demissão ou litígio.
Destruição Irreversível da Confiança Profissional e do Status de Aliado Seu colega-alvo pode se sentir traído e enganado, perdendo a confiança em você como parceiro de trabalho e comprometendo a colaboração em projetos futuros.
Criação de um Clima de Trabalho Hostil e Desconfortável para Ambos A rejeição ou o constrangimento resultante da tentativa falha torna a convivência diária penosa, afetando a produtividade de toda a equipe e o bem-estar no escritório.
Ostracismo Social e Exclusão da Sua Rede de Contatos no Escritório O grupo pode ver sua ação como antiética ou "pegajosa", levando ao isolamento e à perda da rede de apoio e informação que a amizade inicial proporcionava.
Perda do Único Amortecedor Emocional de que Você Dispunha no Trabalho Ao quebrar o vínculo, você perde a pessoa de confiança para desabafar ou buscar suporte, ficando mais vulnerável ao estresse e à pressão do ambiente corporativo.
Foco da Equipe Desviado do Profissional para o Drama Pessoal A fofoca e a especulação sobre o ocorrido podem consumir a atenção de todos, prejudicando o foco no trabalho e minando a seriedade de sua imagem profissional.
Risco de Demissão com Justa Causa (Em Caso de Violação de Código de Ética) Empresas levam a sério a quebra de limites. Você pode enfrentar punições formais se o RH interpretar a sua tentativa como conduta imprópria ou perseguição no local de trabalho.
Prejuízo à Credibilidade da Sua Liderança e Julgamento no Futuro Se você demonstrar falta de tato ou controle emocional, seus colegas e superiores questionarão sua capacidade de gerenciar crises e tomar decisões sensatas sob pressão.
Dificuldade em Recrutar e Gerenciar Talentos Femininos/Masculinos Posteriores Sua reputação manchada por um drama afetivo pode criar um viés negativo, dificultando a atração de novos talentos que buscam um ambiente de trabalho estritamente profissional.
Afastamento de Oportunidades de Promoção ou Projetos de Visibilidade A gestão pode hesitar em colocá-lo em posições-chave, percebendo que você introduz um risco emocional ou de conflito de interesses que pode comprometer a estabilidade do time.
💡 Verdades e Mentiras: A Mitologia da "Friendzone" no Escritório
Você se depara com muitos mitos sobre a "friendzone", especialmente quando ela ocorre no trabalho. Alguns são conselhos ruins; outros são mentiras perigosas que obscurecem a ética profissional. Para uma renegociação de relacionamento bem-sucedida, você precisa de uma bússola baseada em fatos.
✨ 10 Verdades Elucidadas sobre a "Friendzone" Corporativa
A Hierarquia Sempre Pesa Mais que a Atração em Caso de Conflito Seu status profissional é o fator de proteção mais forte para o colega-alvo. Qualquer avanço seu será avaliado prioritariamente pelo prisma do risco de carreira.
A Transição Exige a Criação Deliberada de Distância Emocional Segura Para sair da zona, você precisa parar de se comportar como amigo. Você deve reduzir a disponibilidade imediata para o suporte, forçando a outra pessoa a perceber sua ausência e o reposicionamento.
O Interesse Romântico Deve Ser Comunicado Fora do Local de Trabalho A proposta de renegociação deve ocorrer em um ambiente neutro para garantir o consentimento livre e claro, minimizando a pressão e o risco de má interpretação institucional.
A Rejeição Deve Ser Aceita com Extremo Profissionalismo Imediato Sua reação à recusa é o seu verdadeiro teste de caráter. Você deve retomar o comportamento estritamente profissional sem ressentimento para proteger sua reputação e a dele(a).
"Comportamento de Amigo" (Favores, Escuta Ativa) Reforça o Status Quo O colega-alvo valoriza o suporte que você oferece. Continuar a investir nele sem sinalizar interesse romântico apenas cimenta sua posição de aliado não-ameaçador.
Sua Reputação Profissional é o Ativo Mais Vulnerável na Tentativa Um erro na abordagem pode manchar sua imagem por anos. Você deve priorizar a preservação do seu status de profissional competente acima do sucesso afetivo.
A Amizade Intensa No Trabalho Aumenta o Risco de Viés nas Decisões Líderes evitam amizades íntimas, pois elas podem gerar favoritismo e minar a confiança da equipe. A "friendzone" é, para alguns, uma forma de evitar esse viés.
O Fim da Amizade Laboral Não Significa o Fim da Colaboração Funcional É possível e necessário trabalhar com alguém após uma rejeição. O profissionalismo deve prevalecer, focando-se estritamente nas metas e objetivos da organização.
O Risco de Má Interpretação (Friendzone) é Maior entre Diferentes Gêneros Devido a vieses e normas sociais, interações neutras são frequentemente mal interpretadas como flerte, e vice-versa, tornando a sinalização ainda mais crítica.
Um Posicionamento Claro e Respeitoso (Mesmo Que Rejeitado) Gera Respeito Você demonstra força de caráter e maturidade ao declarar sua intenção de forma íntegra e aceitar a decisão, o que, ironicamente, pode aumentar o respeito da outra parte.
❌ 10 Mentiras Elucidadas sobre a "Friendzone" Corporativa
"Se Eu For Mais Legal e Prestativo, Ela/Ele Vai Mudar de Ideia" Mentira. A bondade e a prestatividade apenas reforçam seu papel de "amigo seguro", recompensando o colega-alvo por mantê-lo na zona de amizade.
"Um Relacionamento no Trabalho é Apenas Uma Questão de Atração Mútua" Mentira. É também uma questão de política interna, risco de reputação e adesão às políticas de RH. A atração é apenas o primeiro (e mais simples) dos obstáculos.
"Focar no Meu Sucesso Profissional me Tornará Automaticamente Atraente" Mentira. O sucesso atrai respeito e status, mas não garante atração romântica, que é uma dinâmica relacional diferente. Você pode ser um chefe de quem ela gosta e não o parceiro que ela deseja.
"Ignorar a Outra Pessoa Após a Rejeição é uma Tática de Poder Eficaz" Mentira. Isso é percebido como imaturidade, infantilidade e falta de profissionalismo. A tática de indiferença falha no trabalho e prejudica sua reputação.
"Todos os Relacionamentos no Trabalho Começam na 'Friendzone'" Mentira. Muitos relacionamentos começam com uma sinalização clara de interesse mútuo desde o início, sem passar por um período prolongado de amizade de suporte emocional.
"A Melhor Forma de Sair é Forçar uma Situação de Confronto Afetivo" Mentira. O confronto gera pressão e pânico no ambiente de trabalho, levando a uma reação defensiva e ao acionamento das barreiras de proteção profissional da outra pessoa.
"A Política de RH da Empresa Sobre Relações é Apenas uma Formalidade" Mentira. Essas políticas são criadas para proteger a empresa de riscos legais. Você as viola por sua conta e risco, e a empresa não hesitará em puni-lo para se proteger.
"Não Há Problema em Continuar Flertando de Forma Sutil o Tempo Todo" Mentira. O flerte sutil e constante após a rejeição se torna assédio. Você deve respeitar o limite imposto e não continuar a pressionar por uma resposta que já foi dada.
"Se Eu Tentar, e Ela Aceitar, a Amizade com Outros Vai Se Manter a Mesma" Mentira. A dinâmica social muda. Outros colegas podem sentir inveja ou desconforto, e sua antiga rede de amizade pode se afastar para evitar se envolver no drama.
"Minhas Boas Intenções Me Protegerão de Acusações de Conduta Imprópria" Mentira. No contexto corporativo, o que vale é o impacto percebido da sua ação, e não sua intenção subjetiva. O risco é sempre avaliado pelo lado do receptor.
🛠️ Soluções Estratégicas: O Plano de Ação para a Renegociação Ética
Você tem uma tarefa difícil: mudar o status de um relacionamento sem comprometer o ambiente de trabalho. Isso exige uma abordagem metodológica, calculada e, acima de tudo, ética. Você não está buscando uma "trapaça", mas sim uma redefinição honesta e respeitosa da sua posição.
🚀 10 Soluções de Renegociação e Gestão de Risco
Definição de Intenção: Clarificação Interna de Metas e Limites Antes de agir, você deve ser honesto consigo. O que você realmente quer? Um flerte ou um relacionamento sério? Estabeleça seus limites éticos inegociáveis para não se arrepender depois.
Transição de Papel: Retirada Controlada de Benefícios da Amizade Diminua a intensidade do apoio emocional e dos favores. Você precisa reduzir o valor que a outra pessoa obtém do status de amizade para que ela sinta a necessidade de um relacionamento mais profundo.
Sinalização Não-Verbal de Interesse Romântico (Fora do Trabalho) Em contextos sociais externos (happy hour), introduza gradualmente toques, contato visual prolongado e linguagem corporal mais íntima para subverter a percepção de "apenas amigo".
Declaração de Intenção Única e Respeitosa (O Momento da Verdade) Use uma comunicação assertiva e em primeira pessoa fora do escritório: "Eu me sinto atraído por você e gostaria de explorar isso. Se a resposta for não, eu respeitarei totalmente e manterei nosso profissionalismo."
Criação de Um Plano de Gerenciamento da Rejeição (Plano B) Prepare-se mentalmente para o "não". Você deve ter um plano claro de como manter a cordialidade, evitar o contato desnecessário e focar no trabalho para mitigar o constrangimento.
Revisão das Políticas de RH: Conhecimento da Legislação Interna Você deve ler e entender as regras da empresa sobre namoro no local de trabalho, assédio e conflito de interesses. Isso é seu escudo de proteção contra decisões impulsivas e violações éticas.
Aumento da Visibilidade e do Status Profissional no Ambiente Invista em excelência. Seu sucesso e a admiração que ele gera podem mudar o posicionamento que o colega-alvo tem de você, elevando seu valor percebido em todos os níveis.
Busca por Conselhos com Um Mentor Neutro de Confiança Converse com um terceiro externo e experiente (um mentor ou terapeuta) para obter uma perspectiva objetiva sobre a dinâmica e o timing da sua ação, sem envolver colegas de trabalho.
Reengajamento em Hobbies e Interesses Pessoais (Elevação de Valor Próprio) Você precisa mostrar que sua vida é plena fora do trabalho e da relação em questão. Isso aumenta sua atratividade e sinaliza que sua felicidade não depende da aceitação do colega.
Implementação de Limites Rígidos Após a Definição do Novo Status Se for rejeitado, estabeleça fronteiras estritas. Se for aceito, o casal deve criar uma separação clara entre o ambiente de trabalho e a vida afetiva para proteger a carreira de ambos.
🙏 Os Mandamentos: O Código de Ética para a Maestria Afetiva no Trabalho
Para sair da "friendzone" no trabalho com dignidade e sucesso profissional intactos, você precisa de um código de conduta que priorize a ética e a inteligência emocional.
📜 10 Mandamentos da Renegociação Ética
Avaliarás a Hierarquia Antes de Qualquer Proposta Afetiva Você não pode usar sua posição de poder para exercer influência. Se você for o superior, você deve estar ciente do risco moral e legal, e sua atitude deve ser de extrema cautela e ética.
Respeitarás o Limite Profissional com Inflexível Rigor, Sempre Em todas as circunstâncias laborais, você agirá de forma estritamente profissional, garantindo que o seu interesse afetivo nunca comprometa o desempenho ou a moralidade da equipe.
Comportar-te-ás com Maturidade se a Proposta For Recusada Você deve aceitar o "não" como a decisão final. Não haverá lamúrias, pressão, ou tratamento diferenciado no trabalho. Seu profissionalismo após a rejeição é o seu maior trunfo.
Nunca Usarás Informações Confidenciais Contra o Colega A confiança obtida na amizade não pode ser usada como arma. Você jamais divulgará segredos ou informações pessoais confidenciais do colega-alvo, sob qualquer circunstância.
Priorizarás a Reputação Profissional Acima do Desejo Pessoal Imediato Seu legado e status na empresa são inegociáveis. Você não pode comprometer sua carreira por um risco romântico não calculado; o futuro profissional vale mais.
Não Buscarás Consolo em Fofocas ou Cliques de Desaprovação Você resolverá o assunto com dignidade e privacidade. Não envolva outros colegas na dinâmica ou busque validação através de comentários negativos sobre o colega-alvo.
Comunicarás Seus Sentimentos de Forma Direta e Inequívoca Chega de jogos e insinuações. Você será claro sobre a sua intenção de forma respeitosa, eliminando a ambiguidade que criou a "friendzone" em primeiro lugar.
Garantirás a Colaboração Funcional Imediatamente Após a Decisão Você deve garantir que a rejeição ou o novo relacionamento não afete a qualidade do trabalho em conjunto. A missão da empresa deve ser seu foco principal e visível.
Não Te Apressarás; Deixarás o Espaço de Amizade Esfriar em Silêncio A renegociação exige timing. Você deve permitir que o status quo de amizade se dissipe naturalmente antes de introduzir a proposta romântica para que ela seja vista como algo novo.
Buscarás Ajuda Profissional (RH ou Terapia) em Caso de Tensão Incontrolável Se a situação se tornar insuportável ou se a rejeição comprometer seu desempenho, você deve procurar o suporte formal da empresa ou de um terapeuta, em vez de agir impulsivamente no trabalho.
5. Estratégias de Renegociação de Posicionamento Afetivo
Eu proponho que a "Arte de Sair da Friendzone" no trabalho, quando vista como renegociação de posicionamento, envolve a implementação de estratégias de comunicação e gestão de risco. A primeira estratégia que eu considero vital é o distanciamento estratégico. Ao reduzir a disponibilidade imediata e o suporte emocional tipicamente associado à amizade, eu subverto o status quo relacional. Eu forço o colega-alvo a sentir a ausência do suporte, o que pode levá-lo a reavaliar o valor e a natureza da minha presença.
A segunda estratégia é a declaração de intenção clara e respeitosa. Eu defendo o uso de uma comunicação em primeira pessoa, assumindo o desejo ("Eu me sinto atraído por você e gostaria de explorar uma relação além da amizade..."), mas sempre com a previsão de uma saída digna para ambas as partes. Eu tenho de respeitar o "não" do colega-alvo sem penalizá-lo ou transformar o ambiente de trabalho em um campo minado. A falha em gerir a rejeição é o que, na minha perspectiva, transforma a tentativa de sair da "friendzone" em um problema organizacional.
6. O Imperativo da Manutenção do Profissionalismo Pós-Tentativa
Eu considero que o verdadeiro teste da maturidade e da inteligência emocional reside no período pós-tentativa. Se eu proponho a renegociação e sou rejeitado, o meu posicionamento profissional deve ser imediatamente restabelecido. A amizade laboral pode sobreviver (ou não), mas a cooperação funcional é um requisito do meu trabalho e da minha ética. Eu devo garantir que o meu desempenho não seja afetado pelo fracasso afetivo.
Eu defendo que a capacidade de retomar o profissionalismo com o colega-alvo, sem ressentimentos, sem retaliação e sem criar um clima de tensão, é o maior indicador do meu respeito pelo ambiente corporativo e pela agência do outro. O fracasso afetivo não deve se traduzir em fracasso profissional. Eu concluo que o indivíduo que consegue manter a produtividade e a civilidade, mesmo após uma rejeição, demonstra uma maturidade que, paradoxalmente, pode até elevar o seu status profissional na percepção da equipe.
7. Conclusão: Um Olhar Ético sobre a Renegociação Afetiva
Eu concluo que a "Arte de Sair da Friendzone" em ambientes de trabalho é um tópico que merece análise sob a lente da sociologia das emoções e das relações de poder. A minha posição é clara: é uma tentativa de renegociação de posicionamento afetivo que deve ser conduzida com a máxima ética, transparência e gestão de risco, priorizando a integridade do ambiente de trabalho sobre o desejo pessoal.
Eu reafirmo que a transição da amizade para o romance exige uma ruptura de sinalização fora do espaço laboral e uma aceitação incondicional da possibilidade de rejeição. Eu não vejo o trabalho como um local propício para a iniciação de flertes, mas sim como um local onde a amizade deve ser cultivada com limites claros, evitando-se o desequilíbrio de intenções. A minha pesquisa visa servir como um alerta para a complexidade dessas dinâmicas e para a responsabilidade individual na manutenção da saúde organizacional.
Referências
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